terça-feira, 14 de maio de 2013

FRAUDES MÉDICAS E HOSPITALARES


O cerco aos médicos que indicam cirurgias desnecessárias e lucram muito com isso parece estar se fechando. Pelo menos nos Estados Unidos.  Há duas semanas, agentes do FBI prenderam o CEO, um executivo e quatro médicos do Hospital Sagrado Coração de Chicago acusados de envolvimento com um esquema de propina que levou pacientes a serem submetidos a procedimentos desnecessários e arriscados.

Segundo o "Chicago Tribune", o FBI contou com a colaboração de funcionários que estavam envolvidos no esquema, mas que entraram num programa parecido com o nosso delação premiada para ajudar nas investigações.  Os procedimentos considerados desnecessários incluíam sedação, implantes penianos e traqueostomia e eram pagos pelo Medicaid e pelo Medicare, programas públicos de saúde do governo norte-americano. A fraude envolveu pelo menos US$ 2 milhões de reembolsos indevidos e mais de US$ 225 mil em subornos pagos a médicos só no ano de 2012.

A Jornalista Claudia Colluci – Folha de São Paulo, que escreveu essa matéria declara que: não me admiraria nadinha se fraudes desse tipo fossem descobertas por aqui também. O atual modelo de remuneração dos hospitais (fee for service, ou pagamento por procedimento numa tradução livre) favorece esse tipo de sacanagem. Quanto mais exames e procedimentos são feitos, mais os hospitais ganham dos planos de saúde.

Atualmente, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) está estudando um novo modelo de remuneração baseado em pacotes. A ideia é definir um grupo de procedimentos com desfechos "previsíveis" (uma cirurgia de apêndice, por exemplo) e pagar o mesmo valor para todos os hospitais.  Inicialmente, haverá um projeto piloto com cerca de 20 instituições participantes. Ainda que haja resistências óbvias, é um começo. Esse é um assunto que interessa a toda sociedade e precisa ser amplamente discutido. Afinal, somos nós, consumidores de serviços de saúde, que estamos pagando essa conta.

Para Adriana Leocadio – ONG Portal Saúde o sistema não vai melhorar enquanto os planos de saúde comandar toda cadeia econômica que envolve os tratamentos médicos. O provável piloto que estão querendo promover com 20 instituições funcionará para as operadoras que tem seus próprios hospitais, clinicas médicas e laboratórios de analises clinicas.

Aqui cabe um comentário a respeito de um processo administrativo que vem sendo conduzido pelo CRM/SP, onde estão buscando apurar informações a respeito dos médicos através dos seus pacientes. A alegação é de que haveria fraude por parte de médicos e laboratórios na realização de exames clínicos desnecessários. Vejamos senhores, nós consumidores somos os menos indicados e não devemos ser arrolados em nenhum tipo de constrangimento.

Além disso, a sindicância não possui isonomia, traduzindo, estão investigando somente um único laboratório de pequeno porte, sem nenhum credenciamento com operadoras de saúde e um pequeno número de médicos. A minha questão é: falta coragem de colocar a mão no baú encantado dos “tidos” como grandes e renomados médicos que atuam em redes hospitalares de referencia no Brasil e produzem todo tipo de exames através dos seus laboratórios próprios.

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