O cerco aos médicos que
indicam cirurgias desnecessárias e lucram muito com isso parece estar se
fechando. Pelo menos nos Estados Unidos.
Há duas semanas, agentes do FBI prenderam o CEO, um executivo e quatro
médicos do Hospital Sagrado Coração de Chicago acusados de envolvimento com um
esquema de propina que levou pacientes a serem submetidos a procedimentos
desnecessários e arriscados.
Segundo o "Chicago
Tribune", o FBI contou com a colaboração de funcionários que estavam
envolvidos no esquema, mas que entraram num programa parecido com o nosso
delação premiada para ajudar nas investigações.
Os procedimentos considerados desnecessários incluíam sedação, implantes
penianos e traqueostomia e eram pagos pelo Medicaid e pelo Medicare, programas
públicos de saúde do governo norte-americano. A fraude envolveu pelo menos US$
2 milhões de reembolsos indevidos e mais de US$ 225 mil em subornos pagos a
médicos só no ano de 2012.
A Jornalista Claudia Colluci – Folha de São Paulo, que escreveu essa
matéria declara que: não me admiraria nadinha se fraudes desse tipo fossem descobertas
por aqui também. O atual modelo de remuneração dos hospitais (fee for service,
ou pagamento por procedimento numa tradução livre) favorece esse tipo de
sacanagem. Quanto mais exames e procedimentos são feitos, mais os hospitais
ganham dos planos de saúde.
Atualmente, a ANS
(Agência Nacional de Saúde Suplementar) está estudando um novo modelo de
remuneração baseado em pacotes. A ideia é definir um grupo de procedimentos com
desfechos "previsíveis" (uma cirurgia de apêndice, por exemplo) e
pagar o mesmo valor para todos os hospitais. Inicialmente, haverá um projeto piloto com
cerca de 20 instituições participantes. Ainda que haja resistências óbvias, é
um começo. Esse é um assunto que interessa a toda sociedade e precisa ser
amplamente discutido. Afinal, somos nós, consumidores de serviços de saúde, que
estamos pagando essa conta.
Para Adriana Leocadio – ONG Portal Saúde o
sistema não vai melhorar enquanto os planos de saúde comandar toda cadeia econômica
que envolve os tratamentos médicos. O provável piloto que estão querendo
promover com 20 instituições funcionará para as operadoras que tem seus próprios
hospitais, clinicas médicas e laboratórios de analises clinicas.
Aqui cabe um comentário
a respeito de um processo administrativo que vem sendo conduzido pelo CRM/SP,
onde estão buscando apurar informações a respeito dos médicos através dos seus
pacientes. A alegação é de que haveria fraude por parte de médicos e
laboratórios na realização de exames clínicos desnecessários. Vejamos senhores,
nós consumidores somos os menos indicados e não devemos ser arrolados em nenhum
tipo de constrangimento.
Além disso, a sindicância
não possui isonomia, traduzindo, estão investigando somente um único laboratório
de pequeno porte, sem nenhum credenciamento com operadoras de saúde e um
pequeno número de médicos. A minha questão é: falta coragem de colocar a mão no
baú encantado dos “tidos” como grandes e renomados médicos que atuam em redes
hospitalares de referencia no Brasil e produzem todo tipo de exames através dos
seus laboratórios próprios.
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